O que ocorre é o de sempre: Enquanto nos beijamos pelas esquinas de lixo, neste exato momento um menino qualquer, filho da noite, dos restos de nada, filho das roupas desprezadas aparece em frente ao amor. O menino quase nu, cabelos desgrenhados e um odor dos esgotos que dão para o belíssimo teatro cor-de-rosa; lá fomos ver mentiras maquiadas, lá celebramos a união.
Nosso amor que não pensa nos explorados e oprimidos. Nós que nos exploramos até o último gozo, nos oprimimos de beijos taciturnos. Os engajados abriram mão da dor e da solidão aos pares. Melhor levantarmos bandeiras caseiras, melhor comprarmos moderadamente. Não trocam presentes em datas estipuladas, usam panos até que os panos se recusem a serem usados. Não amam sujeitos com nome, sobrenome e família tolerável (como todas são). Amam numa aura que envolve a todos: Fracos e fortes, principalmente fracos. Principalmente os pobres e sujos e principalmente distantes, sem nome, sobrenome e sem casa.
Sem casa e sem cama, sem mãe que dite horário, sem pai que preze o sexo que não o pertence. Principalmente os famintos, aceitam bananas e cascas igualmente. Aceitam bandeiras caseiras e não se importam com aparência, panos e nomes. Eu finjo que não olho, beijo a pessoa de nome, roupas adequadas e um cheiro que tem seu preço. Beijo meu par e espero que o menino vá embora, que apareça aos solitários, encontre um lixeiro e me esqueça assim como o esquecerei; e não me culpe por não tê-lo parido, por não tê-lo aguardado junto ao berço, manta para cada dia da semana, amor imenso, amor zeloso. Que ele não me culpe por ser indiferente, eu que sou tão pobre quanto ele.
Nosso amor que não pensa nos explorados e oprimidos. Nós que nos exploramos até o último gozo, nos oprimimos de beijos taciturnos. Os engajados abriram mão da dor e da solidão aos pares. Melhor levantarmos bandeiras caseiras, melhor comprarmos moderadamente. Não trocam presentes em datas estipuladas, usam panos até que os panos se recusem a serem usados. Não amam sujeitos com nome, sobrenome e família tolerável (como todas são). Amam numa aura que envolve a todos: Fracos e fortes, principalmente fracos. Principalmente os pobres e sujos e principalmente distantes, sem nome, sobrenome e sem casa.
Sem casa e sem cama, sem mãe que dite horário, sem pai que preze o sexo que não o pertence. Principalmente os famintos, aceitam bananas e cascas igualmente. Aceitam bandeiras caseiras e não se importam com aparência, panos e nomes. Eu finjo que não olho, beijo a pessoa de nome, roupas adequadas e um cheiro que tem seu preço. Beijo meu par e espero que o menino vá embora, que apareça aos solitários, encontre um lixeiro e me esqueça assim como o esquecerei; e não me culpe por não tê-lo parido, por não tê-lo aguardado junto ao berço, manta para cada dia da semana, amor imenso, amor zeloso. Que ele não me culpe por ser indiferente, eu que sou tão pobre quanto ele.
4 comentários:
sua bonita!
tu é minhe idole marininhe.
meu orgulhinhe.
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